terça-feira, 24 de abril de 2012

A Covardia

E então
Por obra de silêncio
O errado fez-se certo
Até que imagem
se impôs às vozes

Nasceu o remorso
o vento frio
As pragas escondidas
nos cantos

Nos corações
aumentou o medo,
as confusões

Veio a palavra do Outro
Sempre mais forte
Veio a verdade clara
Indescutível

Veio o povo triste
Resmugão
Veio o tempo Rei
A Opressão

Depois cessou
Não veio mais nada
Não veio o vento
Não veio a imagem
A novidade

Todo o tempo
era reprodução
A imagem era familiar

O Silêncio fez-se
Voz de todos
O Outro era Ele
O vento era constante

O certo casou-se com o Rei
Veio o destino
E o novo,
até hoje
Aguarda nos corações.

Felipe Tavares de Araújo
Historiador pela UFRN, poeta e músico.

Nenhum comentário:

Postar um comentário