Por ventura, reclinei-me na mureta, cadeira invisível,
e no balançar de minha infância, embalei-me à repousar em tua cama.
Entre um gole e outro, borbulhava-me, à refrescância que de minha boca saia.
Estava disposta a aventurar-me nas tuas palavras, firmes e fortes, habilmente
proferidas no íntimo de um olhar desnudo. A sede de vida ainda era forte e teu
seio cabia-me, ou o que de meu olhar a faria!
Nutria-me de teus odores, camuflados em essências perfumadas de óleos, sedosa
pele, escorria por entre lábios a minha fruta favorita.
Tateava teus pés e nelas as tuas andanças, meus dedos a percorrerem a tua face
num encontro de lábios, culminando em conchinhas...
Pensava possuir mares enquanto eles ainda eram infinitos, finito, passei a admirar
o céu porque ainda não me haviam dito que eles eram finitos.
Céus que adquiriram uma pluralidade porque de vários ângulos os vi e eles, diferentemente,
faziam-me pensar às estrelas.
Pensamentos distantes,
mas perto estávamos nós, para com ternura, dizermos um para o outro. Te amo!
Diziam teus olhos, no teu olhar lançado! não cabia palavras dizíamos e ou imaginávamos.
Entre olhares... Sorrisos.
Meneava teus cabelos, teus loiros, cacheados, meus desejos...Ruivos e curtos, o
seu desejo era meu desejo!
Pairava pensamentos planejados à dois. Confidências, juras de amor eterno! Já
diziam os poetas, clemência às juras eternas!
De que vale os sentidos, se não pudermos experimentá-los e, no libertar de corpos,
arder nossas almas, unindo-nos à nossa paixão!
Poeta: Fernando Inazumi
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